Sobre abandonar hábitos ruins

Depois de um ano sem roer unhas

Eu sempre roí as unhas, desde que me entendo por gente. Eu me lembro exatamente do dia em que comecei a roer as unhas, aos seis anos de idade, assim como me lembro de várias tentativas de abandonar esse hábito ao longo dos anos. Eu até conseguia parar por um tempo, mas o fato de eu ser uma pessoa extremamente ansiosa não ajudava e eu sempre acabava descontando minhas preocupações nas pontas dos dedos. Isso era bastante frustrante, principalmente na adolescência, quando as meninas da minha idade desfilavam com unhas sempre bem cuidadas, decoradas e com a cor de esmalte da moda. Eu, ao contrário, vivia com os dedos machucados e me sentia muito incapaz por não ter força de vontade suficiente para parar. Já adulta, usei muita unha postiça para disfarçar, depois evoluindo para unhas de fibra de vidro (lindas, mas de manutenção cara). Eu sempre sonhei em ter as unhas longas e bem feitas, mas naturais, e nunca conseguia.

Mas por que estou contando tudo isso? Pode parecer algo pequeno para a maioria das pessoas, mas não era para mim. Em 2020, em plena pandemia, eu resolvi que já era tempo de abandonar esse hábito e ter mais força de vontade para manter minhas unhas longas. Foi quando descobri o No More, app simples que tem o intuito de ajudar as pessoas a abandonarem vícios e acompanhar o progresso por meio do atingimento de milestones. O resultado disso é que ontem completei um ano sem roer unhas.

Um pouco da interface do app No More

Claro que todo esse processo não foi fácil, mas foi bastante recompensador. Me ver alcançando cada uma das metas era algo que me motivava diariamente. Um aprendizado importante foi que, para romper um hábito que já se tornou automático e inconsciente, é preciso usar estratégias que dificultem essa ação. No meu caso, o que mais funcionou foi utilizar uma base amarga para evitar de levar a mão à boca. Além disso, passei a ingerir suplementos de vitaminas e ômega 3, o que acabou deixando as unhas mais fortes e à prova de quebras e lascas. Com essas ações, passei a ver resultados que me motivavam a continuar e me manter na linha.

Tudo isso me fez refletir sobre como construímos hábitos ao longo da vida, alguns bons, outros nem tanto. Na minha jornada em busca de uma vida mais saudável e equilibrada, tenho buscado incorporar novos costumes na minha rotina (falei sobre alguns deles aqui), mas também é importante pensar sobre quais são aquelas ações inconscientes que têm nos impedido de alcançar nossos objetivos e romper com elas. Mudar um hábito antigo não acontece como um passe de mágica. Requer motivação para dar o pontapé inicial, disciplina para continuar e, mais do que isso, força de vontade para recomeçar após alguma possível recaída. Foi muito importante alcançar esse objetivo que eu vinha adiando há anos. Eu devia isso a mim mesma.

Leituras da semana #27

Neste espaço eu compartilho com vocês alguns links e postagens interessantes que li durante a semana:

♥ O boom do autocuidado — e porque ele importa

♥ 5 verdades sobre o movimento body positive

♥ Do zoom ao zen: aprenda a se desconectar trabalhando em casa

♥ Pandemia do preconceito

♥ 5 pequenas vitórias na produtividade para você se orgulhar

Pequenos hábitos de autocuidado

Nesses tempos tão difíceis que estamos vivendo, cada vez mais tenho buscado proporcionar a mim mesma momentos de amor próprio e autocuidado. Por isso, hoje decidi compartilhar alguns desses pequenos hábitos que incorporei à minha rotina e que tem me ajudado muito ultimamente:

  1. Raspar a língua
    Para a medicina oriental, a língua é um órgão que reflete a saúde do corpo como um todo. Durante a noite, quando dormimos, é através dela que eliminamos grande parte das toxinas acumuladas pelo corpo. Sabe aquela gosminha branca que se forma sobre a língua? Então. Para ajudar o corpo a eliminar essas toxinas, um dos hábitos que tenho adotado recentemente é o de raspar a língua assim que acordo. Antes estava fazendo com uma colherzinha, mas mais recentemente comprei um raspador de aço inox, que é mais anatômico.
  2. Escovação seca
    Outro hábito inspirado na Ayurveda e que tenho incluído na minha rotina é o de escovar o corpo todo com uma escova de cerdas naturais seca. Essa ação tem o poder de estimular a circulação e o bom funcionamento do sistema linfático, além de proporcionar uma esfoliação power que elimina células mortas e deixa a pele mais lisinha.
  3. Skincare
    Com o passar dos anos, a elasticidade da pele já não é mais a mesma. Eu, que estou quase chegando nos 30 e nunca tinha dado muita bola para isso, finalmente senti a necessidade de cuidar da minha pele do rosto com mais afinco. Os meus produtos queridinhos do momento são:
    Sabonete Neutrogena Deep Clean Grapefruit
    Escova (?) Foreo Luna Mini 2
    Água micelar Beyoung
    Séruns Vitamina C Tracta (dia), Max Love Antioleosidade (dia), Ácido Hialurônico Vult (noite) e Max Love Carvão Ativado (noite)
    Hidratantes Nivea em Gel (dia) e Revitalift Hialurônico Loréal (noite)
    Cuidado para área dos olhos Revitalift Roll On Loréal – saiu de linha – (dia) Revitalift Hialurônico Olhos Loréal (noite)
  4. Podcasts
    Eu sempre gosto de tomar banho ouvindo alguma coisa (obrigada, caixinha de som resistente à água!), principalmente músicas de acordo com o mood que gostaria de criar, como playlists para animar ou para relaxar. Porém, há um tempo comecei a ouvir também podcasts, que nada mais são do que uma espécie de programa de rádio de conversa. Acompanho alguns de humor para quando quero distrair a mente, mas meu favorito tem sido o Projeto Piloto, que provoca reflexões bem legais sobre temas do dia a dia.
  5. Máscara de dormir
    Eu sempre achei frescura quando via essas máscaras para vender em algum lugar (eu só me lembrava da icônica Holly, do filme Bonequinha de Luxo), porém minha vida mudou desde que comecei a usar. No meu quarto, o sol da manhã bate forte e vem me acordando muito antes do despertador tocar, o que não estava sendo legal. Com a máscara, porém, é possível dormir na escuridão completa, o que favorece a produção da melatonina, hormônio que controla nossos ciclos circadianos e faz com que a gente descanse melhor durante o sono. Não é que a Bonequinha de Luxo estava certa?
  6. Aromaterapia
    No ano passado, comecei a pesquisar e estudar mais sobre como usar a magia das ervas no meu dia a dia. Uma das formas é através da aromaterapia, que usa a inalação de óleos essenciais (extratos super concentrados de plantas) como meio para aliviar sintomas incômodos e trazer bem estar. Uso algumas gotinhas no umidificador difusor de ambientes (noite) ou uma gota no pingente do colar difusor (dia). Meus óleos essenciais favoritos são: lavanda, hortelã pimenta e laranja doce.
  7. Atividade física
    Em 2020, tinha como meta voltar a fazer atividades físicas e, logo no início do ano (saudades, pré-pandemia!) comecei a praticar musculação 3 vezes por semana. Porém, eu nunca me identifiquei com essa atividade e muito menos com o ambiente de academia, o que acabou fazendo com que abandonasse essa meta em poucos meses. Mais recentemente, porém, descobri o trabalho da Nati Mota (@saudegg), educadora física que desenvolve um trabalho focado em melhorar a saúde e a qualidade de vida de pessoas gordas por meio de exercícios específicos para esse público. No canal dela há uma série de treinos para fazer em casa focados em alongamento, cárdio e equilíbrio. Tenho buscado fazer pelo menos 3 vezes na semana e estou gostando bastante!
  8. Beber água
    Outro hábito simples, mas que eu já negligenciei muitas vezes no passado. Hoje em dia, procuro sempre ter um copo de água por perto (gosto bastante daqueles grandes, com tampa e canudo, pois acabo precisando encher menos vezes ao dia). Beber água com frequência mantém a hidratação do corpo, garante o transporte adequado de nutrientes e o bom funcionamento das células, melhora a circulação sanguínea, previne doenças e melhora o aspecto da pele, além de diversos outros benefícios.

Você tem algum hábito de autocuidado que pratica e recomenda? Deixa aqui nos comentários, eu vou adorar saber!

Leituras da semana #9

Neste espaço eu compartilho com vocês alguns links e postagens interessantes que li durante a semana:

Autocuidado: difusores e as funções de cada óleo na aromaterapia

Como o Ayurveda pode ajudar no processo de cura?

Não acredite em quem te diz que autocuidado é skincare

Como a mídia cria estereótipos que impulsionam a gordofobia

O poder do descanso deliberadamente desligado

Minhas metas para 2021

Depois de um dezembro de descanso e (re)conexão e de um janeiro turbulento com tudo o que havia ficado pendente do ano anterior, por aqui o mês de fevereiro veio para trazer à tona aquela máxima de que tudo no Brasil só começa depois do carnaval. Eu já havia dado meus primeiros passos em alguns desses objetivos, mas a partir de agora quero que sejam de fato novos hábitos, parte da minha rotina. Vamos às metas de 2021?

Minhas metas e objetivos para 2021:

  • Ter uma rotina de trabalho menos sobrecarregada e mais equilibrada, estabelecendo limites saudáveis e trabalhando 8h por dia
  • Focar no meu bem-estar físico e mental, adotando hábitos e rotinas de autocuidado diariamente
  • Prosperar financeira e profissionalmente, me sentindo realizada e fazendo meu dinheiro trabalhar a meu favor
  • Me conectar ainda mais com a minha espiritualidade, protegendo minha energia e trabalhando minha intuição
  • Cultivar o relacionamento com as pessoas que eu amo

Que 2021 seja um ano de voltar às origens, de reconexão comigo mesma e de paz de espírito. Assim é!

Uma carta para 2020

Foto: @macroman

Hoje é domingo, dia 27/12, último domingo do ano de 2020. Esse ano foi marcado por um acontecimento mundial trágico: a pandemia da COVID-19. De uma hora para outra, vimos nossas vidas virarem de pernas para o ar. Precisamos adotar o isolamento social, novos protocolos de higiene e segurança, usar máscara e praticamente tomar banho de álcool em gel. A tal transformação digital, da qual já se falava há muito tempo, precisou acontecer de maneira forçada em todas as empresas. O home office virou o “novo normal” (e essa talvez tenha sido a expressão mais falada esse ano). Saudade, né, minha filha? Da família, dos amigos, do mundo como era antes. Fora isso, tivemos cerveja contaminada, desastres naturais, crise econômica mundial, queimadas, apagão no Amapá, presepadas sem fim do nosso (des)governo, famosos que nos deixaram, muitas vítimas do coronavírus.

Felizmente mantive meu emprego, mas, com a incerteza do futuro, a natureza do meu trabalho foi impactada. Perdi as contas de quantas vezes precisei desligar a câmera das reuniões para dar aquela choradinha básica de desespero. Me voluntariei para tirar férias em abril, mesmo tendo acabado de voltar de férias em janeiro, para poder colocar a cabeça no lugar. Pelo lado bom, consegui acompanhar os últimos dias do BBB20, edição icônica que ficará para a história. Este era o único vínculo que existia com o mundo pré-pandemia. Eu acordava e ia dormir com os brothers, acompanhava as festas, as tretas, as provas, tudo em tempo real. Não é à toa que ao longo do ano assisti tudo de novo várias vezes, talvez buscando resgatar aquela sensação de quando tudo começou. Os meses seguintes foram de muito trabalho. Agora, no final do ano, com mais de 8 meses sem férias, eu estava exausta, física e mentalmente.

Para não dizer que não falei de flores, rs, também aconteceram algumas coisas das quais me orgulho em 2020. Desde março, saí pouquíssimas vezes de casa. Isso me fez economizar muito dinheiro que gastava com deslocamento e também querer tornar a minha casa mais “minha”, mais “lar”. Praticamente finalizamos a decoração da sala, com mesa e cadeiras, lustres, quadros, tudo do jeito que havia planejado. Comprei roupas novas, eletrônicos, itens para a casa, tudo com o meu próprio dinheiro. Fiquei muito grata por termos mudado para o apartamento atual, com vista, com espaço. Curti meu cantinho como nunca! Também me aproximei mais do namorido, cultivamos nossa relação e tive certeza de que ele é a pessoa mais importante da minha vida.

Sabe aquelas metas que a gente traça todo ano e nunca se concretizam? Pois é, esse ano tirei várias dessas metas do papel. Parei de roer unhas depois de 23 anos, li 16 livros (por prazer!), recebi meu diploma de MBA, me conectei com a minha espiritualidade de forma muito entregue e verdadeira. Me sinto muito grata por ter saúde, eu e todo mundo que eu amo. Acho que nesse momento, isso é o motivo pelo qual mais devemos agradecer.

Para o próximo ano, eu desejo ter mais paz. Evoluir ainda mais no que conquistei de positivo em 2020, e abandonar de vez o que me fez mal. Quero levar uma vida mais tranquila, menos workaholic, mais focada em mim e menos nos outros. Quero saber impor limites saudáveis em todas as minhas relações, de modo a priorizar a minha saúde mental. Quero aprender a investir, para multiplicar meu dinheiro e poder usufruir dele da melhor forma. Quero ser mais organizada e fazer planejamentos mais realistas. Afinal, se tem uma coisa que 2020 nos ensinou, é que não temos o controle sobre nada. Que nesse novo ciclo que se inicia, eu possa dançar mais conforme a música e sofrer menos com o que não der certo. Quero filtrar apenas as lições e aprendizados de 2020 e deixar para trás toda a negatividade.

Leituras da semana

Neste espaço eu compartilho com vocês alguns links e postagens interessantes que li durante a semana:

20 sugestões para enfrentar este momento difícil de pandemia

Natal e Ano Novo na pandemia

Alivie o estresse do final de ano a partir de escalda pés feito com sal grosso e alecrim

Tudo passa, mas às vezes demora

Revisitando 2020: quais hábitos você quer levar para 2021?

Dicas pra trabalhar de casa (na quarentena ou não)

(Re)Conexão

A vida é cíclica. Todos nós sabemos disso, mas às vésperas de uma virada de ano, esse sentimento tende a aflorar ainda mais, pelo menos comigo. Fora o clichê do “Então é Natal, o que você fez?”, eu sempre uso essa época para fazer um balanço de tudo o que vivi no ciclo que está se encerrando e tudo o que planejo para o próximo ano. 2020 foi um ano muito difícil, para a humanidade como um todo. Mas no âmbito pessoal, também vivi momentos bastante desafiadores que me fizeram refletir sobre o modo como tenho levado a vida.

Faz quase dois anos que não escrevo aqui e, não por acaso, nesse período acabei me afastando um pouco de valores e crenças que antes guiavam meu dia a dia. Trabalhei muito — o home office acaba diminuindo os limites entre vida pessoal e profissional —, acumulei muitas horas extras e vivi uma exaustão de corpo e mente como nunca antes havia sentido. Isso me fez refletir sobre o sentido de agir assim e me lembrou de como eu já abominei esse estilo de vida. Para 2021, que já está batendo à nossa porta, quero mudar. Pretendo retomar um estilo de vida mais simples e tranquilo, que priorize o que de fato é mais importante e que me garanta mais paz de espírito.

Com isso, também me deu vontade de retomar esse espaço, que além de ser um canal para falar com outras pessoas e compartilhar experiências, é também onde me conecto comigo mesma e dou voz a todos os meus pensamentos e sentimentos. Não quero me colocar nenhum tipo de pressão, mas pretendo dedicar mais tempo para sentar em frente ao computador e despejar as minhas ideias em forma de palavras com mais frequência. Quero me (re)conectar com a Mari de alguns anos atrás e dar as mãos para, juntas, construirmos um presente e um futuro melhor.

Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro. 😉